Corantes e Aromas em Géis: qual o impacto real no seu intestino?

Em treinos e provas de endurance, a escolha do suplemento esportivo correto pode impactar diretamente a performance e a saúde gastrointestinal do atleta. Muitos géis de carboidrato disponíveis no mercado contêm corantes artificiais, aromatizantes e saborizantes em excesso — aditivos que, embora melhorem sabor e aparência, podem causar desconforto gastrointestinal, especialmente durante esforços prolongados.
Endurance e Digestão: Um Desafio para o Corpo
Durante o exercício intenso, o corpo redireciona o fluxo sanguíneo para os músculos ativos, reduzindo a irrigação no intestino. Esse processo compromete a digestão e a absorção, tornando o trato gastrointestinal mais sensível a substâncias irritantes, como os aditivos químicos presentes em muitos suplementos esportivos.
Efeitos dos Corantes Artificiais nos Atletas
Corantes como tartrazina e vermelho allura são comuns em géis esportivos. Estudos indicam que esses aditivos podem:
- Alterar a microbiota intestinal;
- Aumentar a permeabilidade intestinal;
- Estimular respostas inflamatórias;
- Provocar náuseas, cólicas, diarreia e distensão abdominal em atletas sensíveis.
Esses efeitos se intensificam em treinos longos ou provas em alta intensidade.
Aromatizantes e Saborizantes: Mais Riscos do que Benefícios
Mesmo regulamentados, aromatizantes artificiais consumidos em grandes quantidades durante provas podem agravar sintomas gastrointestinais. Pesquisas sugerem que esses compostos:
- Reduzem a diversidade da microbiota intestinal;
- Comprometem a resposta imunológica;
- Potencializam reações adversas e intolerâncias alimentares.
Suplementação Natural: Uma Estratégia Inteligente
Atletas que sofrem com desconfortos gastrointestinais podem se beneficiar ao escolher géis de carboidrato com menos aditivos químicos e ingredientes mais naturais. Essa abordagem tende a preservar a integridade intestinal e otimizar a tolerância digestiva durante o exercício.
Personalização é Fundamental
Cada atleta tem uma resposta individual à suplementação. Por isso, é fundamental testar diferentes opções e contar com o acompanhamento de um nutricionista esportivo para ajustes personalizados.
Referências científicas:
- De Oliveira EP, Burini RC. “Food-dependent, exercise-induced gastrointestinal distress.” J Int Soc Sports Nutr. 2011.
- Shah ND, et al. “Artificial food colors and behavioral responses: A review of current evidence.” Neurotherapeutics. 2017.
- Costa RJS, et al. “Systematic review: Exercise-induced gastrointestinal syndrome—implications for health and intestinal integrity in endurance athletes.” Aliment Pharmacol Ther. 2017.
- Magnusson KE, et al. “Dietary emulsifiers and the gut microbiome: causal or correlative?” Trends in Microbiology. 2021.
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